A Independência do Brasil foi um dos fatos históricos mais importantes de nosso país, pois marca o fim do domínio português e a conquista da autonomia política. Desde 1500, o Brasil foi uma colônia Portuguesa, sendo explorada por sua metrópole. Não tinha liberdade econômica, administrativa, e muito menos política. Como a exploração metropolitana era excessiva e os colonos não tinham o direito de protestar, cresceu o descontentamento da população. Iniciam-se então as rebeliões conhecidas pelo nome de Movimentos Nativistas, quando ainda não se cogitava na separação entre Portugal e Brasil. No início do século XVIII, com o desenvolvimento econômico e intelectual da colônia, alguns grupos pensaram na independência política do Brasil. Ocorreram, várias revoltas, entre elas: a Inconfidência Mineira (1789); depois a Conjuração Baiana (1798) e a Revolução Pernambucana (1817). Tiradentes: Mártir da Independência do Brasil.
Em 1789, ocorreu no interior da província de Minas Gerais, uma das passagens mais importantes da História do Brasil.
Após a metade do século XVIII, a coroa portuguesa aumentou ainda mais sua opressão contra a colônia, proibindo as atividades fabris, artesanais e aumentando os preços dos produtos vindos de Portugal.
Nas Minas Gerais, as jazidas de ouro começavam a se esgotar, mesmo assim a coroa cobrava impostos cada vez mais elevados. Esses fatos desagravam parte da elite mineira, que inspiradas nos ideais iluministas, passaram a discutir a necessidade da independência brasileira. Sobre o lema “LIBERDADE AINDA QUE TARDIA” (Libertas Quea Sera Tamen), passaram a conspirar contra a coroa portuguesa.
Em maio de 1789, após serem traídos por Joaquim Silvério dos Reis, participante da conspiração, os lideres do movimento foram presos e enviados para o Rio de Janeiro, respondendo pelo crime de INCONFIDÊNCIA (falta de fidelidade ao rei). Entre todos os presos, apenas Tiradentes foi condenado à morte. No dia 21 de abril de 1792, Tiradentes foi enforcado em praça pública e seu corpo esquartejado. Sua morte serviria de exemplo para outros que tentassem questionar o poder da coroa.
Somente anos mais tarde, após a proclamação da República (1889), Tiradentes foi considerado um herói nacional.
O processo de independência
Oficialmente o 7 de setembro de l822 é da data da Independência do Brasil, proclamada pelo Príncipe Infante Dom Pedro, as margens do Ipiranga, após mais de três séculos de domínio da coroa portuguesa. Historicamente podemos afirmar que a Independência do Brasil tem suas raízes na revolução liberal do porto em Portugal, em l820 que impôs a volta da família real para aquele país.
Início do século XIX – ano de 1808 – D. João e toda família real, refugia-se no Brasil em decorrência da invasão e dominação de Portugal por tropas francesas.
Este fato trouxe um notável progresso para a colônia, pois esta passou a ter uma organização administrativa idêntica à de um Estado independente. D. João assina o decreto da Abertura dos Portos, que extinguia o monopólio português sobre o comércio brasileiro. O Brasil começa a adquirir condições para ter uma vida política independente de Portugal, porém sob o aspecto econômico, passa a ser cada vez mais controlado pelo capitalismo inglês.
Com receio de perder o trono e sem alternativa, devido às exigências da Corte (Parlamento português), D.João VI volta para Lisboa (Portugal) em 26 de abril de 1821, deixando como Príncipe Herdeiro, nomeado Regente do Brasil, o primogênito com então 21 anos de idade.
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico.”
Em junho de 1822, Dom Pedro recusa fidelidade à Constituição portuguesa e convoca a Primeira Assembléia Constituinte Brasileira. Em 1º de agosto deste mesmo ano baixa um decreto considerando inimigas tropas portuguesas que desembarquem no país. Cinco dias depois, assina o Manifesto às Nações Amigas, redigido por José Bonifácio. Nele, Dom Pedro justifica o rompimento com as Cortes Constituintes de Lisboa e assegura “a independência do Brasil, mas como reino irmão de Portugal”.
Em protesto, os portugueses anulam a convocação da Assembléia Constituinte Brasileira, ameaçam com o envio de tropas e exigem o retorno imediato do príncipe regente. No dia 7 de setembro de 1822, numa viagem a São Paulo, Dom Pedro recebe as exigências das Cortes. Irritado, reage proclamando a Independência do Brasil às margens do Rio Ipiranga. Em 12 de outubro de 1822, é aclamado imperador pelos pares do Reino e coroado pelo bispo do Rio de Janeiro em 1º de dezembro, recebendo o título de Dom Pedro I.O país estava livre e poderia seguir dali pra frente, seu próprio caminho. Desde então, o Brasil cresce em meio a diferentes realidades sociais e econômicas, com a instalação de culturas que até então eram determinadas pela influência européia.
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi à camada que mais se beneficiou. .
Dom Pedro I, o primeiro Imperador do Brasil
Dom Pedro I – Imperador do Brasil e Rei de Portugal – nasceu em Lisboa no dia 12 de Outubro de 1798. Era filho de D. João VI e de D. Carlota Joaquina. Veio para o Brasil quando contava apenas com 9 anos de idade. Isso ocorreu em 1808, quando a família real veio para o Rio de Janeiro. Com a morte de D. João VI, assumiu como herdeiro do trono português, como Pedro IV, 27º rei de Portugal.
Constitucionalmente não poderia ficar com as duas coroas, então instalou no trono a filha primogênita, Maria da Glória – então com sete anos – como Maria II, e nomeou Dom Miguel (irmão de Dom Pedro) como regente. Contudo, sua indecisão entre o Brasil e Portugal contribuiu para diminuir sua popularidade e, somando-se a isto o fracasso militar na Guerra da Cisplatina (1825-1827), os constantes atritos com a assembléia, o seu relacionamento extraconjugal (1822-1829) com Domitila de Castro Canto e Melo – a quem fez viscondessa e depois marquesa de Santos – o constante declínio de seu prestígio e a crise provocada pela dissolução do gabinete, após quase nove anos como Imperador do Brasil, abdicou do trono em favor de seu filho Pedro (1830) então com cinco anos de idade.
Voltando a Portugal, com o título de duque de Bragança, assumiu a liderança da luta para restituir à filha Maria da Glória o trono português, que havia sido usurpado por Dom Miguel, travando uma guerra civil que durou mais de dois anos. Inicialmente criou uma força expedicionária nos Açores (1832), invadiu Portugal, derrotou o irmão usurpador e restaurou o absolutismo.
No entanto, voltara tuberculoso da campanha e morreu no palácio de Queluz, na mesma sala onde nascera, com apenas 36 anos de idade, em 24 de setembro de 1834. Foi sepultado no panteão de São Vicente de Fora como simples general, e não como rei. No sesquicentenário (150 anos) da Independência do Brasil (1972), seus restos mortais foram trazidos para a cripta do monumento do Ipiranga, em São Paulo.
Curiosidade: O nome de batismo de Dom Pedro I é “Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon”.
A MAÇONARIA E A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
“A História da nossa independência está intimamente ligada com a Fundação da Maçonaria Brasileira.”
Gonçalves Ledo, José Bonifácio e Januário da Cunha
A Maçonaria se fez presente em diversos movimentos da história do Brasil. Através das Lojas Maçônicas e Sociedades Secretas já existentes, de caráter maçônico tais como: Cavaleiros da Luz na Bahia e Areópago de Itambé na divisa da Paraíba e Pernambuco, bem como pelas ações individuais ou de grupos de maçons.
No dia 13 de julho de 1822, foi aprovada a proposta de admissão de D.Pedro, na maçonaria, endossada por José Bonifácio.
Em 20 de agosto de 1822, Gonçalves Ledo propôs e se aprovou por unanimidade “que fosse firmada a proclamação de nossa independência e da realeza constitucional na pessoa do augusto príncipe”.
Assim, na tarde de 7 de setembro de 1822, às margens do Ipiranga, D. Pedro limitou-se com seu gesto a promulgar o que já fora resolvido a 20 de agosto no Grande Oriente do Brasil.
Bandeira Reino do Brasil (1822)
Criada por um decreto de 18 de setembro de 1822 foi autoria do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que teve grande participação na vida cultural do Brasil, no período de 1816 a 1831, e a escolha das cores foi o príncipe regente.
Bandeira Imperial do Brasil (1822 – 1889)
Nossa primeira bandeira nacional sofreu uma modificação após quase três meses de existência, transformando-se na Bandeira Imperial do Brasil em 1º de dezembro de 1822. A nova bandeira ainda preservava muito dos elementos do antigo reino, como a esfera armilar e a cruz da Ordem de Cristo. Novas cores foram introduzidos: a combinação auriverde, bem como os ramos de café e tabaco, ainda utilizados na representação do brasão nacional. Sobre os significados das cores, acredita-se, que o campo verde representava a Casa de Bragança (dinastia de D. Pedro I) e o amarelo do losango – formato dos brasões femininos na heráldica portuguesa – representava a Casa de Habsburgo (dinastia de D. Leopoldina). Os ramos de café e tabaco, representavam as duas culturas que passavam a destacar-se na produção nacional. As estrelas, dezenove, representavam as províncias de então, inclusive a Cisplatina. A única alteração efetuada na bandeira imperial ocorreria já no Segundo Reinado, quando, por volta de 1870, D. Pedro II resolveu acrescentar a vigésima estrela para adequar o pavilhão à organização territorial do País: a perda da Cisplatina foi compensada pela criação de duas províncias: Amazonas e Paraná, resultado da divisão das províncias do Grão-Pará e de São Paulo respectivamente. Ainda que seus significados tenham mudado, muitos dos elementos da bandeira imperial permaneceram após a proclamação da República.
Hino à Independência Música: D. Pedro I
Letra: Evaristo Ferreira da Veiga |
Já podeis da Pátria filhos,
Ver contente a mãe gentil;
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil
Já raiou a liberdade,
Já raiou a liberdade
No horizonte do Brasil. |
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Não temais ímpias falanges
Que apresentam face hostil;
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil;
Vossos peitos, vossos braços
Vossos peitos, vossos braços
São muralhas do Brasil. |
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil. |
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Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil. |
Os grilhões que nos forjavam
Da perfídia astuto ardil,
Houve mão mais poderosa,
Zombou deles o Brasil;
Houve mão mais poderosa
Houve mão mais poderosa
Zombou deles o Brasil. |
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Parabéns, ó brasileiros!
Já, com garbo juvenil,
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil;
Do universo entre as nações
Do universo entre as nações
Resplandece a do Brasil. |
Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil. |
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Brava gente brasileira!
Longe vá temor servil
Ou ficar a Pátria livre
Ou morrer pelo Brasil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil. |
“O Grito do Ipiranga”
A história é feita de versões, porém todo historiador tem no seu horizonte a verdade, pois existe um compromisso, que envolve pesquisa, reflexão e exposição de um relato.
Porém, nessa belíssima obra de Pedro Américo, o que se vê, está longe de representar a realidade. Isso, por que o artista teve como ideia principal enaltecer o fato. Essa obra foi encomendada pelo governo imperial e pela comissão de construção do monumento do Ipiranga, antes que o Museu existisse. Pedro Américo, atendendo à finalidade da encomenda, buscou construir a imagem de um herói guerreiro, criador de uma nação. Por razões estéticas, o artista se viu obrigado a fazer mudanças nas personagens e no cenário a fim de produzir os esplendores de imortalidade.
Em principio, dom Pedro não poderia montar a besta de que falam as testemunhas. O pobre animal, apesar de ter arcado com o peso imperial, foi substituído no quadro pela nobreza de um cavalo.
O uniforme da guarda de honra também foi alterado. A ocasião merecia traje de gala, em vez do uniforme “pequeno”, que os soldados estavam realmente vestidos naquele episódio. O riacho do Ipiranga também foi alterado e teve seu curso desviado para facilitar a composição do quadro. O carreiro com seu carro de bois, entraram em cena para dar cor local e representar a população no ato da independência..
MUSEU DO IPIRANGA
Poucos meses as após proclamação da Independência, em 7 de setembro de 1822, surgiu à primeira proposta de construção de um monumento em homenagem a Independência do Brasil, no próprio local onde ela havia sido proclamada, as margens do riacho do Ipiranga.
Por falta de verbas e de entendimentos quanto ao tipo de monumento a ser construído, somente sessenta e oito anos mais tarde a ideia se concretizou.
Em 1884 foi contratado, como arquiteto, o engenheiro italiano Tommaso Gaudenzio Bezzi, que, no ano anterior, havia apresentado o projeto de um monumento-edificio para celebrar a Independência. O estilo renascentista do edifício de 1895 une sua grandiosidade ao acervo que veio, principalmente, da coleção pessoal do coronel paulista Joaquim Sertório. O acervo de história natural do militar deu origem ao Museu Paulista, localizado dentro do Parque da Independência.
Com mais de 125 mil itens, a casa guarda objetos indígenas, mobiliário, armaria, pinturas, ferramentas e outros instrumentos, muitos de uso pessoal. As peças encontradas no acervo do museu retratam a vida no país, especialmente em São Paulo, desde os idos de 1500 até 1950.
A construção abriga também duas bibliotecas e seções que tratam de documentação arquivística e iconográfica e laboratórios de conservação e restauro. No passeio pode se observar o trabalho de projeto do italiano Ettore Ximenez, em granito, com adornos em bronze – a estátua em homenagem ao “grito”, em cujo subsolo se encontra os despojos de D. Pedro I e suas duas esposas.
Fontes e chafarizes instalados em frente voltam a funcionar, como uma homenagem aos 450 anos da cidade e ao 7 de setembro.
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